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domingo, 8 de janeiro de 2012

Saudosa inocência


Melancolica saudade da inocência passada,
Inocência bonita, inocência que marca
O olhar brilhante de luzinhas douradas,
Aquela inocência que para sempre se foi.
E será sempre lembrada.

Passaram por ela o carinho doce,
Com sinceridade e esperteza?
Antes fosse.
Na verdade foi sofrida e desacreditada,
Por todos que á viam por onde passava.
Sendo ela bem vista ou mal falada,
Estava lá sem o menor jeito de ser arrancada.

Pois bem era pura, persistente e bonita,
Mas tao curta...ora quem diria.
Que tal inocência assim acabaria.
Não houve romance, poema ou poesia,
Que se comparasse aos olhos puros daquela menina.

Quando a luz da juventude enfim se apaga,
Não está ela associada a idade ou á progresso,
Mas de verdade ela está diretamente ligada,
A felicidades e as tristezas do verso,
Do antes jovem que ainda jovem se encontra no maior tédio.

Deveras um dia estaria ela vibrando,
Por uma batalha perdida do oponente que lutando.
Cometeu aquele erro de subestimar tal moça,
Por causa dos seus encantos.
Beleza sinistra, misteriosa e sempre
Tao encantadora quanto inocente.
Apaixonada, vívida e toda prosa,
Comparava-se mesmo a mais bela rosa.
Que em suas fartas pétalas, dança e ao vento faz roda.

Melancólica a saudade
Daquela inocência agora.

Seus risos
Converteram-se em uma expressão,
De que alí não há uma alma,
Alí não há coração.
De que quem se arriscar á lhe tirar uma graça,
Sofrerá lamentável decepção.

Sua dança que antes era ao vento,
Tornou-se uma marcha que não é engraçada,
Não causa paz no espirito,
Mas exige muita atenção.
Pois o impacto dos seus passos,
São como mártires insanos vindo em sua direção.
Trazendo ódio pútrido e sangue nas mãos.

"Deus me proteja de tal destino,
Não quero terminar assim não..."

Suas palavras e versos que eram tão doces,
Tao amáveis e tao queridas.
Converteram-se em palavras duras,
Causando impacto e ferida,
Pois nelas atuam uma língua com facas duplas,
Que causa dor no coração quando as palavras são proferidas.

Se antes a admiração e a inspiração alada,
Buscavam-se naquela menina.
Agora o medo e a conspiração calada,
Abalam-se com o jaz sombrio respeito,
Perdoando-se a cada momento por qualquer uma esguia.

Se antes a paz reinava sobre aqueles montes,
De mares, paisagens e vida.
Agora a morte jaz não tarda.
Por que a maravilhosa flor do deserto menina,
Tornou-se a mais poderosa e rancorosa Rainha.

Melancolica saudade da inocência passada,
Inocência bonita, inocência que marca
O olhar brilhante de luzinhas douradas,
Aquela inocência que para sempre se foi.
E será sempre lembrada.


Valéria C. Ribella.

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